Centro Multiusuário de Produção e Inovação Tecnológica em Ciências Humanas | CEPITEC

Histórico

Inaugurado em 4 de abril de 2014, o Centro Multiusuário de Produção e Inovação Tecnológica em Ciências Humanas (CEPITEC), ao lado da Superintendência de Infraestrutura (Infraufs), no campus de São Cristóvão, ocupando provisoriamente as estruturas modulares número 1 e 2.

A primeira coordenadora do CEPITEC foi a professora Eva Maria Siqueira Alves, que liderou a implantação do laboratório, que contou com financiamento inicial do edital CT-Infra para aquisição do parque de informática, lousa digital e equipamento audiovisual.

O CEPITEC, em sua área específica de atuação, tem como objetivo principal subsidiar a pesquisa científica da comunidade acadêmica, ao:

  • Disponibilizar espaço de pesquisa para estudos relacionados aos usos linguísticos em contextos sociais;
  • Desenvolver pesquisas relacionadas ao uso de tecnologias educacionais na área de linguagem;
  • Oferecer treinamento para pesquisadores na área de tecnologias educacionais e linguagem. 

O CEPITEC tem acolhido pesquisadores vinculados aos grupos de pesquisa:

Além do financiamento inicial do CT-Infra, a ampliação e a manutenção da infraestrutura de pesquisa do CEPITEC contam com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) e do Mestrado Profissional em Rede em Letras (PROFLETRAS).


Coordenação (2021-2023)

Coordenação: Maria Augusta Rocha Porto

Coordenação Adjunta: Raquel Meister Ko. Freitag


Projetos

A língua do universitário: fala, leitura e escrita para o letramento acadêmico

Financiamento: Programa de Apoio Pedagógico (Edital 02/2018/PROGRAD/PROEST; 02/2019/PROGRAD/PROEST)

Dificuldade com leitura e escrita é um problema recorrente apontado pelo universitário brasileiro. Esta dificuldade se torna mais acentuada com a recente democratização do acesso à educação superior e o ingresso de um novo perfil de aluno, formado por aqueles que tinham até então o acesso à universidade negado, a exemplo dos jovens oriundos de escolas públicas e de baixa renda, e que só após a criação das mais recentes políticas passaram a ter possibilidade de ingresso. Matriculados, na maioria, nos cursos noturnos, esses alunos acabam submetidos à realidade de retroalimentação do mercado de trabalho, haja vista a dificuldade de se manterem em um curso diurno, pois têm que trabalhar. O diploma superior se caracteriza como uma possibilidade de ascensão nas vagas de trabalho de nível médio. Enquanto isso, aquele aluno que historicamente ocupou as cadeiras nas universidades, e por ter estrutura familiar e social que o ampare, encontra na vida acadêmica um caminho para a manutenção do status social, normalmente nos cursos diurnos e de maior prestígio. Nesse contexto, torna-se necessária a promoção de políticas de permanência que possam tornar mais igualitárias as oportunidades dos estudantes, não somente sob a perspectiva financeira, mas também pedagógica, uma vez que, recentemente, os discursos de que a educação superior é deficiente têm aumentado, levando até à indicação de que os resultados negativos no cenário educacional são em grande parcela decorrentes das novas políticas de expansão. É preciso conhecer o perfil linguístico do universitário: como ele fala, como ele lê, como ele escreve. A língua é dinâmica e modelada pelo contexto social; descrever o perfil linguístico do universitário é o primeiro passo para pensar em estratégias efetivas para atuar no problema das dificuldades em leitura e escrita, que interferem no desempenho no curso, levando à retenção e abandono. Além disso, as demandas de leitura e escrita da educação superior são diferentes da educação básica, o que nos leva à proposição de um curso de letramentos acadêmicos. 
 

Concepções de língua e literatura: ação de pesquisa colaborativa e interinstitucional

Financiamento: Programa de Estímulo a Mobilidade e ao Aumento da Cooperação Acadêmica da Pós-Graduação em Sergipe (Edital CAPES/FAPITEC/SE 06/2016)

Em articulação com a Pós-Graduação da FLP/USP e com o LAEL/PUC-SP, o PROFLETRAS/UFS, campus São Cristóvão, busca organizar, em parceria com professores de educação básica que estão vinculados ao Mestrado Profissional e outros da rede estadual de Sergipe, um programa de formação de professores em relação ao ensino de leitura e literatura que possa ser, posteriormente, replicado em diferentes municípios do estado. Essa iniciativa decorre principalmente do fato de, na Prova Brasil, realizada em 2013, apenas 17% dos estudantes do 5º ano do ensino fundamental e 13% dos estudantes do 9º ano revelarem aprendizado adequado à competência de leitura e interpretação de textos no estado de Sergipe. Por considerarmos a leitura um processo cada vez mais complexo, como relatam os mestrandos que participam do Profletras, entendemos ser urgente a organização de um programa de formação de professores de língua portuguesa, apoiado em materiais inovadores, que possa colaborar com a alteração dessa preocupante realidade identificada no estado de Sergipe. Com o objetivo de fortalecer e consolidar grupos de pesquisa de três Instituições de Ensino Superior, a partir do desenvolvimento deste projeto interinstitucional, pretendemos consolidar uma parceria que possibilite a integração de ações conjuntas, o intercâmbio de docentes, a produção de publicações colaborativas e de convênios nacionais, uma vez que a FLP/USP possui linhas de pesquisa voltadas aos estudos do texto e do discurso e em Linguística Aplicada, e internacionais, posto que o LAEL/PUC, oferece a oportunidade de colaboração com o Projeto Digit-M-Ed Hiperconenctando/BRASIL - Transformando o ensino-aprendizagem pelas múltiplas mídias, coordenado por Fernanda Liberali desde 2012. Tais ações alinham-se aos projetos já em desenvolvimento no PROFLETRAS/UFS, campus São Cristóvão, no que tange à formação de professores em relação ao ensino de leitura e literatura e propiciam a ampliação das ações formativas que visam a atingir um número maior de professores em exercício na educação básica.

 

Formação de professores para o ensino de inglês na envelhescência e terceira idade

Financiamento: Programa de Apoio e Desenvolvimento de Políticas Públicas para o Estado de Sergipe (edital FAPITEC/SE/FUNTEC/CAPES 07/2015 – NAPS linha 2) 

O objetivo deste projeto é o desenvolvimento de métodos e estratégias de ensino de inglês voltado para pessoas da terceira idade, visando contribuir para a formação de profissionais de língua inglesa para atuarem com o público-alvo em questão, atendendo às novas demandas de mercado de trabalho. Este projeto visa também dar suporte à formulação de políticas públicas que se voltem para o fomento de uma formação profissional para atender a essa demanda, de interesse prioritário para entidades da Administração Pública do Estado de Sergipe. 

 

Desenvolvimento de tecnologias sociais para formalização e ressignificação de práticas culturais em Aracaju/SE 

Financiamento: Núcleos de CTI na Educação Básica (Edital CAPES/FAPITEC/SE 05/2014)

A partir da identificação de valores, práticas e produções culturais no entorno de três comunidades escolares, o objetivo deste projeto é propiciar o desenvolvimento de tecnologias sociais, entendendo tal conceito como técnicas e metodologias que possibilitem ser apropriadas por esses grupos de modo a representar soluções para a melhoria das condições dos sujeitos envolvidos. Acreditamos haver um arranjo produtivo local incipiente, ainda não sistematizado, que carece de investigação e valorização de suas práticas, e que essas ações devem ter a escola como espaço privilegiado. Falamos de toda uma economia informal, tradicionalmente associada à figura feminina, porém não exclusivamente, com manufaturas e comércio assistemático de artesanato, alimentos e serviços. Circulando por bairros mais distantes do centro econômico, vemos o comércio informal de alimentos em tabuleiro na porta de casa, como mungunzá, mingau, beiju, caruru, etc. Ou então a venda de produtos artesanais, como adornos para cabelo, bordados e peças de enxoval, etc. manufaturados pelo próprio artesão. Todos esses elementos são produzidos a partir de receitas que passam de geração a geração por meio de tradição oral, sem registro formal. Essa rede de economia informal contribui com uma renda complementar ou por vezes total à renda familiar; todos na comunidade conhecem quem faz ou quem vende. No entanto, esse saber não é formalmente reconhecido e valorizado. Esperamos ser papel da escola assumir a responsabilidade pelo resgate e valorização destes bens de cultura, patrimônio imaterial da comunidade sergipana. Para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe SEDETEC, Arranjos Produtivos Locais - APL são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais tais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa . 17 são os APL identificados e entre eles não há arranjos em torno do tema Culturas ou do Patrimônio Cultural o que torna viável o projeto ora apresentado para fornecer subsídios para a criação, formalização de um APL denominado CULTURAS.

 

Impacto da prova de redação do ENEM no currículo escolar da rede estadual de Sergipe

Financiamento: Programa de Apoio e Desenvolvimento de Políticas Públicas para o Estado de Sergipe (Edital FAPITEC 13/2012 NAPS)
 
Avaliações externas, especialmente as aplicadas pelo INEP, têm sido objeto de atenção das redes públicas, na medida que os resultados servem para direcionamento de verbas e, também, ainda que não seja objetivo primário, como ranqueamento das escolas e por conseguinte das ações políticas dos gestores das redes públicas. O Exame Nacional do Ensino Médio ? ENEM, foi implementado originalmente como um exame de avaliação diagnóstica da situação do ensino médio no Brasil, medindo as competências e habilidades dos estudantes ao final desta etapa de ensino. Com o passar do tempo, o ENEM foi tomando outras proporções: assumiu a função de ranquear alunos para concorrerem a bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior (PROUNI), certificação de ensino médio (ENCCEJA) e, por fim, por conta de política para a rede federal de educação superior (REUNI), as universidades federais passaram a adotar também a nota do ENEM para o ingresso em seus cursos. Sendo a prova de redação responsável por 50% da nota total do candidato, a responsabilidade do professor de Língua Portuguesa/Redação é ainda maior. De que modo os professores, os alunos e o currículo estão se adaptando a essa transição? O ENEM, além de ser avaliação externa do INEP, passa a ser também um instrumento de avaliação da rede pública pela sociedade, pela medida de aprovados para o ensino superior, não só nas instituições de ensino superior privadas, mas também pela universidade pública. 

Produções científicas

Registro de práticas pedagógicas: o potencial do caderno pedagógico e do módulo didático | Isabel Cristina Michelan de Azevedo & Raquel Meister Ko. Freitag. Editora Pontes, 2020.

Pesquisa em Linguística: abordagens contemporâneas (vol. 3) | Geralda de Oliveira Santos, Samuel de Souza Matos & Caio César Costa Santos. Editora Criação, 2020.

Pesquisa em Linguística: abordagens contemporâneas (vol. 2) | Geralda de Oliveira Santos, João Paulo Fonseca Nascimento & Thiago Gonçalves Cardoso. Editora Criação, 2019.

Pesquisa em Linguística: abordagens contemporâneas (vol. 1) | Geralda de Oliveira Santos Lima, Danillo da Conceição Pereira Silva & Lorena Gomes Freitas de Castro. Editora Criação, 2018. 

Pistas dos processos de decodificação que levam à compreensão da leitura | Alessandra Pereira Gomes Machado & Raquel Meister Ko. Freitag. Revista Letras de Hoje, v. 54, n. 2, p. 132-145, abr.-jun. 2019.

Estudos linguísticos e literários em múltiplas perspectivas | Isabel Cristina Michelan de Azevedo, Alexandre de Melo Andrade & Sandro Marcío Drumond Alves Marengo. EdUFS, 2019.

Tempo cognitivo e tempo social nas aulas de inglês para a envelhescência e terceira idade | Maria Augusta Rocha Porto. Editora Blucher, 2018.

Documentação Sociolinguística, coleta de dados e ética em pesquisa | Raquel Meister Ko. Freitag. EdUFS, 2017. 

Em busca da comida mais sergipana. Caderno pedagógico | Eva Maria Siqueira Alves et al. UFS, 2017.

 

 

Regimento Laboratório CEPITEC